-

Vsmart Extensions

Enólogo publicou 70 livros e deixa obras inéditas




O folclorista e etnólogo Mário Souto Maior escreveu e publicou 70 livros e deixou pelo menos oito prontos, que dependem do interesse de editoras para chegar às livrarias. O mais recente, sua biografia, saiu da gráfica na última quarta-feira, editada pela Fundação Joaquim Nabuco, onde trabalhou desde 1967.
 

A relação de obras dedicadas ao folclore, que inclui os famosos Dicionários do Palavrão e da Cachaça, estava crescendo a cada ano. A chegada da terceira idade não havia retirado a motivação do escritor em registrar os costumes e a sabedoria do povo simples do Nordeste.
 

Em julho do ano passado, por ocasião da comemoração dos seus 80 anos de vida, mostrava-se disposto na entrevista que deu ao Jornal do Commercio. "Eu sou o tipo do cara realizado, por vários motivos. Pela família, pelos amigos, pela saúde. Tenho 80 anos e todas as minhas taxas estão normais", orgalhava-se.

Entre os livros inéditos estão o A Advinhação no Imaginário Popular e o Dicionário de Folclore para Estudantes, além de novos números da coleção Aprender Brincando, criada com a finalidade de levar às crianças, numa linguagem acessível à idade, informação sobre a infância de brasileiros ilustres. Já estavam no mercado as edições sobre Lorenço da Fonseca Barbosa (Capiba), Gilberto Freyre, Joaquim Nabuco e Hélder Câmara, além da que trata do próprio Mário Souto Maior, escrita pelo filho dele, Jan Souto Maior. Esperam patrocínio as obras sobre Monteiro Lobato, Madalena Freyre e Jorge Amado.
 

Sereno e bem-humorado, Mário teve uma vida simples, dividido entre a família e o trabalho. Na infância em Bom Jardim, filho de um comerciante e de uma fazendeira, ouvia muitas histórias e gastava a mesada com livros. A experiëncia interiorana o ajudou a seguir a carreira de folclorista. "Quem nasce no interior vivencia situações e conhece tipos que, dificilmente, fariam parte da vida de alguém da cidade grande", disse na entrevista que concedeu em julho de 2000 ao JC.
 

Para o estudioso, apesar da influência dos meios de comunicação, o folclore vai continuar existindo como manifestação pura do povo, imune às modernidades.
 

Perda/Repercussão
 

"A principal contribuição do folclorista Mário Souto Maior é que ele deu à cultura popular uma grande atenção numa época em que poucas pessoas cuidavam disso. Os estudos que fez e os livros que publicou ficam como um grande legado para as atuais e futuras gerações de pernambucanos e brasileiros", do prefeito do Recife, João Paulo.
 

"Conheci Mário Souto Maior desde a minha adolescência. Acompanhei o trabalho dele como pesquisador e depois na animação cultural. A sua morte abre uma lacuna difícil de ser preenchida, pois, além de tudo, era uma grande figura humana", do presidente das Comissões Estadual e Nacional de Folclore, Roberto Benjamim.
 

"O trabalho que Mário Souto Maior deixa para a sociedade representa a voz do povo. A morte dele pode ser considerada o silêncio. É uma perda irreparável para a cultura pernambucana. Toda a trajetória de Souto Maior foi dedicada à preservação das tradições populares", da antropóloga Fátima Quintas
 

Jornal do Commercio
26.01.2002

 

Pesquisa

Apoio Cultural

Banner

Fotos do mês

Blog de Jan Souto Maior

Banner

Livraria Mário S. Maior
.
Read more ...
Galeria de Fotos
.
Read more ...
Galeria de Vídeos
.
Read more ...
Galeria de Sons
.
Read more ...