Sempre fui um menino muito só. Não participava de todas as brincadeiras. Gostava sempre de ficar em casa, lendo, ouvindo música, sonhando. Sempre sonhei ter o meu canto, a minha casa, a minha família.
Estudando, morando nas pensões do Recife, sem vida social, sem dinheiro (o que eu recebia, de mesada, era pra comprar livros), sempre alimentei o meu sonho familiar.
Com uma das primeiras namoradas - namoro de sete anos - casei. E para poder casar, guardava todo tostão que ganhava como secretário da Prefeitura de Bom Jardim, onde meu pai era Prefeito. Passei quatro anos com duas roupas: uma de caruá e outra de carrapicho (como mordiam meu corpo...). Duas roupas que tinham tantos remendos que quando sentava, sentava nos remendos que minha saudosa mãe fazia, compartilhando, assim, do meu sonho de ter minha família, minha casa. Foi assim que casei com Carmen, minha cachaça.
E os filhos foram aparecendo. Cada filho que nascia era uma alegria, uma esperança, Um, dois, três, quatro, cinco, seis e sete. Seis e sete porque foram gêmeos. Assim nasceram Fred, Gise, Jane, Lis, Jan, Glen e Ed, filhos que nunca me deram um só desgosto; só me deram alegria. Sempre lastimei não poder dar aos meus filhos, além do amor de pai, uma melhor situação de vida.
E meus filhos foram me dando netos. Carolina, Érica, Marcelo, Bruno, Lucas e Eduardo. E como é bom ser avô. Não me lembro quem foi que disse que ser avô é ser pai com açúcar.
Hoje eu me considero um homem realizado. Tenho minha esposa - que muito me tem ajudado em tudo -, meus filhos e meus netos. E todos com saúde e felizes.
Nunca sonhei com riquezas. Os homens ricos têm muitos problemas. E eu? Eu não tenho nenhum. Vivo feliz com minha família, com meu trabalho, com meus amigos, com meu sonho.
Obrigado meu Deus. Eu não mereço tanto...
Mário Souto Maior Descende esta antiga linhagem de D. Paio Mendes Sored, contemporâneo de D. Afonso VI, rei de Leão, a quem serviu, e de sua mulher, D. Elvira Godins, filha de D. Godinho Fafes. D. Paio Mendes e sua mulher tiveram por filhos Mem Pais, servidor de D. Afonso VIII e um dos conquistadores de Almeria, o qual fundou casa no vale de Soto, que por ser o maior do lugar ficou conhecido por Sotomaior. Casou este Mem Pais com D. Inês Peres de Ambia, filha de Pedro Pais de Ambia e de sua mulher, Maria Fernandes, de quem teve: D. Paio Mendes Sored de Sotomaior, o primeiro que tomou o apelido, muito bom cavaleiro, casado com D. Ermesenda Nunes Maldonado, filha de Nuno Fernandes Maldonado, senhor da Casa de Aldana, e de D. Aldara Fernandes Turrichão, de cujo matrimônio nasceram vários filhos, que continuaram o apelido de Sotomaior; Pedro Mendes de Soutomaior que, parece, casou com D. Madalena de Sequeiros; e D. Teresa Mendes, mulher de Fernando Arias de Saavedra. De D. Paio Mendes de Sotomaior passou descendência a Portugal, por diversas vias.
O bispo de Malaca, D. João Ribeiro Gaio, exaltou a nobrezados Sotomaior nos seguintes versos:
Estes são o do solar
Do alto do mar gerado
Que quiseram degolar
Pelo infante matar
Por erro mas conhecido.
Os deste de Portugal
De Afonso Mendes descendem
Cavaleiro principal
Galego, também pretendem
Godo sangue real.
As armas usadas pelos deste apelido são: de prata, com três faixas xadrezadas de vermelho e de ouro, de três tiras. Timbre: um leão de prata, carregado de três faixas do escudo. É extremamente variável a grafia deste apelido, que aparece nas formas Sotomaior, Sotto-Maior, Sotomayor, Sotto-Mayor e ainda Soutomaior e Souto-Maior. A grafia espanhola é Sotomayor.