Outro dia, andei relacionando as palavras mais bonitas da língua que herdamos do português colonizador. Palavras como música, mar, mulher, saudade, amor, liberdade. Todas elas têm um significado profundamente humano e são, assim, próprias dos momentos de sonho, de devaneios, de cismares. Mas, uma delas, liberdade, é capaz de levar o homem à luta, à morte, tornando-o herói, escrevendo as páginas mais bonitas da nossa História. Aqui mesmo, na gloriosa cidade do Recife, muitos pernambucanos já viveram seus sonhos de liberdade, lutando por suas idéias, dando até a própria vida por elas. E as nossas ruas ainda estão úmidas do sangue dos nossos heróis.
A verdade é que o homem tem o direito de abraçar qualquer ideologia, de professar qualquer religião, de exercer qualquer profissão, mas sem ferir os direitos dos demais. E é bom lembrar que uma idéia pode ser combatida com outra idéia melhor, sem o uso da força. E também é conveniente não esquecer que tudo tem as suas limitações, inclusive o amor e a liberdade, que é muito diferente de libertinagem. Ninguém tem o direito, entretanto, de abusar das leis, tendo em mira apenas o seu ponto de vista, as suas conveniências. O homem tem o direito de fazer tudo o que quiser, sem ir de encontro à lei, à moral e aos bons costumes. O homem jamais deverá ter a sua vontade policiada, cerceada, no que diga respeito ao seu direito de ir e vir, à sua fé religiosa, à sua ideologia política.
Sempre abominei a censura, arma dos tiranos que nos impingem suas idéias pela força de seu poder.
Recebi uma carta de um leitor perguntando se eu era favorável ou contrário à censura na televisão. Respodendo a essa inquirição, sou contra a censura na televisão. Censurar a televisão seria proibir o direito que todos nós temos à liberdade. O que está acontecendo é que a televisão anda exibindo filmes e novelas com muita violência e com muito sexo, sem pensar no mal que está causando às crianças, aos adolescentes, porque os filmes e as novelas que abusam da violência e do sexo estão sendo exibidos em horário errado.
E os pais não têm nem tempo de escolher os programas que deverão ser assitidos por sua família, porque ninguém sabe quando é que as cenas de sexo e de violência entram em nossas casas, de surpresa, sem avisar nem pedir permissão. Acredito que a solução do problema esteja no horário dos filmes e das novelas.
É preciso que se faça alguma coisa nesse sentido, para salvar a família brasileira dos caos, da lama.