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Claribalte Passos




Tropicalmente colorido, remonta à fase da colonização as raízes da farta e tão apreciada cozinha nordestina, variadíssima no seu cardápio diário de fim de semana. Os seus pratos típicos - vinculados aos hábitos de cada região - deixam no linguajar do próprio povo, o freguês de água na boca ... Existem, certamente, alguns desses pratos, que se tornaram mais disputados e até internacionalmente famosos, como é o caso particular da nossa feijoada. Há nos diferentes Estados do Nordeste e também no Norte chamados carros-chefes. Lá nas paragens de Pernambuco, por exemplo, destaca-se o cozido de carnes e verduras, a rara mais suculenta e saborosa panelada dormida, a galinha-de-cabidela, o feijão de coco, para mencionar os principais sem esquecermos a feijoada feita com o feijão-mulatinho ou a carne seca e a de sol, acompanhada uma e outra do angu de milho denominado de xerém. Justificando ainda como destaques o sarapatel (de miúdos de porco), a buchada de carneiro e a rabada.
 

Já na história da Bahia, em Salvador e arredores despontam o vatapá, caruru, abará e a moqueca de peixe. No Amazonas, em Manaus, o sarapatel de tartaruga. Em Alagoas, Maceió, o sururu, além também do conhecido sarapatel, o mesmo ocorrendo em Sergipe. Em todos esses Estados, porém têm enorme aceitação as comidas preparadas com o milho seco ou verde tais como o cuscuz, a pamonha, a canjica, o angu (ou xerém).
 

Além dos pratos típicos por nós citados, as populações nordestinas apreciam algumas bebidas, notadamente as chamadas batidas de abacaxi, caju, coco, limão, pitanga, que servem de aperitivos antes do almoço familiar ou mesmo nos restaurantes. Por outro lado, farta é a quantidade de bolos existentes na culinária nordestina, exemplos do bolo cabano, bolo de bacia à moda de Pernambuco, os bolinhos de goma, bolo de milho, de batata-doce, bolo de caroço de jaca, bolo de mandioca, bolo de macaxeira, etc.
 

São essas as maravilhosas iguarias da cozinha nordestina que o folclorista e escritor pernambucano Mário Souto Maior nos apresenta no seu mais recente e completo estudo sobre a culinária daquela região brasileira, sob o sugestivo título de Comes e Bebes do Nordeste, edição 1984, Fundação Joaquim Nabuco/Editora Massangana, mês de setembro. Trata-se de um trabalho de cunho sociológico dos pesquisadores. Vale, aqui, transcrevermos do livro mencionado estes versos do poeta popular pernambucano, Sinésio Pereira, como fecho deste nosso comentário:
 

Nossas comidas ainda
São bem tradicionais
Lingüiça, sarapatel
Cabidelas desiguais
 

Carne assada com farofa
Quem comer deseja mais.
Carne-de-sol, feijão verde
Chambaril e feijoada
Vatapá e camarão
Moqueca, agulha e buchada
Quem for comer come tanto
Que fica de pança inchada.
 

PASSOS, Claribalte. Comes e bebes do Nordeste, Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 7/11/1984

 

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