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Cristiano Ramalho




Pernambuco precisa prestar a devida homenagem aos seus valores, reconhecendo a inestimável contribuição de pessoas que engrandecem o nosso Estado e que com seus trabalhos e vidas edificaram elementos valiosos na História pernambucana.
 

Nascido no Município de Bom Jardim, Agreste de Pernambuco, em 14 de julho de 1920, Mário Souto Maior veio para o Recife em 1930, tendo como finalidade fazer o curso secundário nos colégios Marista e Carneiro Leão. Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito, de Alagoas, no ano de 1945, dedicando-se a esta atividade até 1967. Ademais, entre 1940 e 1944, foi secretário da prefeitura de sua terra natal, promotor público nos municípios de Surubim (44-47) e João Alfredo (48-54) e prefeito de Orobó, 1945.
 

Transferiu-se para a capital de seu Estado, Recife, ingressando, definitivamente, na Fundação Joaquim Nabuco (FJN), em 1967, na qualidade de assessor da Diretoria Executiva. Fato que marcaria a sua vida e a do estudo da cultura popular do País. Dois anos mais tarde (1969), começa a dedicar-se ao estudo do folclore quando produz um dos mais belos textos na área: Como Nasce um Cabra da Peste. A partir daí, passa a construir um catálogo constante e rico de valorização do universo das tradições populares, caminhando sempre no sentido de nos revelar a importância da sabedoria, dos valores e crenças do povo pernambucano.
 

Hoje, no Brasil, ninguém melhor do que Mário Souto Maior para compreender e dimensionar, com extraordinária exatidão e plenitude, as mais variadas expressões culturais de nossa população. Basta, tão somente, lermos alguns de seus vastos escritos: Cachaça (1970), A Morte na Boca do Povo (1974), Dicionário do Palavrão e Termos Afins (1980), Folclorerotismo, (1981), Remédios Populares do Nordeste (1986), Antologia do Carnaval do Recife (escrito em parceria com Leonardo Dantas – 1991), Sogras: Prós & Contras e outras Conversas (1992), Folclore Etc. & Tal (1995) e Os Mistérios do Faz-Mal (1996). Suas obras, que somam mais de 40, versam sobre inúmeros temas e clarificam a profunda contribuição do maior, na atualidade, folclorista brasileiro.
 

Sucessor direto do grande Câmara Cascudo, soube criar seu próprio caminho, tornando-se uma referência indiscutível para quem busca conhecer e desvendar o rico universo cultural das camadas populares sofridas do Nordeste, especialmente Pernambuco. Como se não bastasse, Mário Souto Maior ainda oferta seu espírito humano e humilde como exemplo de vigor criativo e uma grande capacidade de lutar pela cultura popular. Por isso tudo, é significativo afirmar que reconhecer o valor de Mário Souto Maior é, acima de tudo, reconhecer a importância da História e da relevância cultural de Pernambuco e de seu povo. São pessoas assim que nos orgulham de sermos pernambucanos e de sermos mais um Cabra-da-Peste. Parabéns e obrigado, Mestre do Folclore.
 

RAMALHO, Cristiano. Mestre do Folclore. Folha de Pernambuco, Recife, 25/9/1999

 

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